Exposição Coletiva Mancha, 2022; Piccola Arena; através de edital; Petrópolis/RJ.
Texto Expositivo Mancha

A exposição reúne artistas-estudantes que têm em comum a vivência de um mesmo espaço de trabalho e aprendizado: o ateliê do curso de Pintura da Escola de Belas Artes da UFRJ. O corpo de trabalho que se forma pode suscitar as seguintes questões: A mesma escola forma o mesmo tipo de artista? A prática acadêmica nos tolhe ou nos provoca? E por fim: o que significa aprender ou ensinar a pintar?
Se aprendizado significar apenas a transmissão de conteúdo de um indivíduo a outro, que conteúdo é este que saindo da cabeça de um, produz frutos-pinturas tão distintos em cada “recipiente” que o abriga? Sim, em algum momento, nossas práticas foram orientadas pelas mesmas figuras. Mas, cada um de nós tem suas próprias inquietações e elege seus próprios professores para ajudar a investigá-las; estejam dentro da academia ou não; sejam pintores ou não; artistas ou não; humanos ou não. As experimentações se fazem em trajetos singulares.
No coletivo que se forma, a multiplicidade é o que há de interessante. O denominador comum é difuso. Cada mancha se expande com sua dose própria de imprevisibilidade. As pinturas aqui presentes se permitem ser tudo, inclusive a não ser pintura. A originalidade de cada um é achada através do coletivo. Ou não. São muitos os fatores que configuram nossa prática artística para além da técnica que pode ser aprendida e ensinada, mesmo porque, esta deve ser desobedecida sempre que se deseje.
Seguimos aprendendo. Ou não.


Danilo Howat e Luiza Dideco
*curadoria, montagem, organização e participação